quarta-feira, 30 de maio de 2012

Brasil: amendoins e modernismo.

Resolvi escrever.

Andarilhando sobre a produção literária, tomando nota de algumas desavenças públicas e fugindo da universidade. Não, não quero tomar o cargo de ninguém, muito menos me especializar.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

''Arte é sangue, é carne. Além disso não há nada''.


      Aproveitando o tópico anterior vou compartilhar outro texto, pensando naquelas mesmas questões. Dênis Moraes discute, além da trajetória do escritor, envolvendo política e literatura, alguns dados que nos dão pistas para compreender a questão da contradição de boa parte dos intelectuais de esquerda no Brasil que participaram, de alguma forma, da imprensa do Estado Novo, seja publicando em revistas ou jornais. Confiram!

domingo, 20 de maio de 2012

Graciliano Ramos: por Antônio Candido e João Luiz Lafetá.


Graciliano Ramos, eis o homem. Lá de Quebrangulo, interior de Alagoas, Filho de Sebastião e Maria, brasileiro, interiorano, casou-se duas vezes e teve sete filhos. Com seu próprio punho, com 56 anos escreve, entre outras coisas que usa sapato 41, tem horror às pessoas que falam alto, não gosta de frutas nem de doces, não gosta de vizinhos e é indiferente à música, fuma três maços de cigarro por dia.

Um lageano nos bastidores do séc. XX.

    Uma surpresa. Já havia escutado seu nome, sobrenome principalmente. Sua obra, O continente das Lagens um verdadeiro texto-monstro, uma obra fetiche para historiadores. Estou falando de Licurgo Ramos da Costa, lageano que conheceu pessoalmente Getúlio Vargas, Mussolini, Salazar, Roosevelt, Juscelino, Jorge Luiz Borges, entre outros, quase entrevistou Hitler, trabalhou nas vísceras do Governo Vargas, especificamente no Estado Novo, esteve diante de Frida Khalo, Diego Rivera, chefes de Estado, artistas, governos controversos e passageiros.        
      Conheceu o Rio de Janeiro na sua Belle Époque, conversou com Ruy Barbosa, Pedro Calmon, enfim. Tive essas notícias e fiquei surpreso diante da empreitada desse senhor, que tento ao máximo aqui evitar o julgamento, embora já tenha feito uma apresentação aos moldes de um bajulador, tenho difículdades de me conter diante de alguns valores, digamos, saudosos demais e bem questionáveis. Ainda assim faço força para não misturar alhos com bugalhos, moral com literatura, deixo o encargo para a paróquia.
    Na sequência, reproduzo uma entrevista realizada pelo jornal A Notícia, na figura do jornalista Apolinário Ternes, que foi onde tive gosto de saber mais sobre o escritor, jornalista,  meu conterrâneo, Licurgo. Inauguro assim, uma série, que esporadicamente vou nutrir, a partir de entrevistas, trechos biográficos, textos diversos, de personagens que me chamaram atenção enquanto fujo da vida acadêmica, perseguidora aliás, e mais: principalmente os caminhos que estes trilharam, os livros que leram, que é o que mais me chama atenção, particularmente - sou um invejoso das leituras e bibliotecas alheias.




''Sobretudo, aproveitemos a ocasião, que é única; deixemos hoje as unturas do estilo; demos a engomar os punhos literários; falemos à fresca, de paletó branco e chinelas de tapete. Que ele há de levar umas férias para nós outros, beneditinos da história mínima e cavouqueiros da expressão oportuna''.

Trecho de O Ofício do Cronista
Machado de Assis - 1878.