segunda-feira, 4 de setembro de 2023

NEME, Mário. Plataforma da Nova Geração


Livro parcialmente digitalizado para fins de pesquisa. Sem fins lucrativos.

Como nunca encontrei uma cópia por aí, compartilho o link imaginando que o material possa interessar a quem eventualmente não tenha acesso ao livro na versão física. Infelizmente só contém metade dos depoimentos. 

Da mesma forma que já me beneficiei de materiais digitalizados, para elaboração de dissertação e tese, encontro aqui uma forma de retribuir, sem qualquer pretensão de ferir direitos autorais (considerando que o livro é de 1945) e nunca mais foi reeditado

NEME, Mário. Plataforma da nova geração: 29 figuras da intelectualidade brasileira prestam o seu depoimento no inquérito. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1945

Link de acesso:

https://drive.google.com/file/d/1F7rXiNXjjHjiS2KkwDOz5kesIYHxVp-Q/view?usp=sharing


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um período de tom menores.

Carlos Nelson Coutinho, com sensibilidade e rigidez intelectual localizou em três músicas a expressão da música popular, "adequada em seu plularismo e sua complexidade - às necessidades dos novos tempos", o período crítico pelo qual passava boa parte da sociedade brasileira durante a ditadura civil-militar, especificamente pós ato institucional N.º 5.

Um período em que o alijamento político, o esvaziamento cultural e as atrocidadades cometidas pelos agentes civis-militares foram elevados à enéssima potência. Em Sinal Fechado (1969) de Paulinho da Viola, Janelas Abertas (1971) de Caetano Veloso e Construção (1971) de Chico Buarque, temos a possibilidade de compreender a intensificação de um processo em desenvolvimento "da cotidianidade capitalista moderna que o capitalismo monopolista de Estado ia implantando em nosso país".

Não à toa, as composições são predominantemente em tons menores, destacando a melancolia e revelando o sentimento de angústia que marcava presença durante a criação artística daquele momento. Esta ênfase nos revela um período de tom menores, de dor, de desestruturação da sociedade civil e, por outro lado, a ampliação da hegemonia conservadora nos meios de comunicação e o início da massificação na indústria cultural, do surgimento de novos artistas que viviam e iriam viver no "intismo à sombra do poder", fazendo "apologia do existente".

Ainda bem que podemos contar com aqueles que contrariavam com inteligência aquela burrice vivida.


                              Sinal Fechado - Paulinho da Viola




                                    Construção - Chico Buarque

 

Janelas Abertas - Letra e música de Caetano Veloso
por Maria Bethânia. 
 

 
Esse post é orientado pela obra - A democracia como valor universal, de Carlos Nelson Coutinho e dedicado em memória à Carlos Alexandre Azevedo, vítima da brutalidade da ditadura civil-militar brasileira.

sábado, 17 de novembro de 2012

Cachaça e surrealismo: a morte aos olhos de Glauber.




"NINGUÉM
ASSISTIU
AO 
FORMIDÁVEL ENTERRO
DE SUA QUIMERA,
SOMENTE
A
INGRATIDÃO
ESSA PANTERA,FOI SUA COMPANHEIRA
     INSEPARÁVEL".




Di Cavalcanti, Samba - 1925.



 "Filmar meu amigo Di morto é um
ato de humor modernista-surrealista". G. R.

FICHA TÉCNICA
 
Não-ficção, curta-metragem, 35mm, colorido, 480 metros, 18 minutos. Rio de Janeiro, 1977. Companhia produtora: Embrafilme; Distribuição: Embrafilme; 1a exibição: 11 de março de 1977, Cinemateca do MAM, Rio de Janeiro





segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Notas sobre a entrevista com Robert Darnton promovida pelo programa Roda Viva.



 









 Boa notícia para os historiadores! Pelo menos, segundo as informações do historiador e atual presidente da biblioteca de Harvard, Robert Darnton, em entrevista cedida ao programa Roda Viva neste último dia 24 de Setembro, em abril de 2013 teremos novidades. Trata-se do projeto da Biblioteca Pública Digital dos Estados Unidos. A respeito do acervo, só Harvard irá disponibilizar 17 milhões de obras, sem contar as outras importantes bibliotecas do país que estão envolvidas. Entre vários dados apresentados na entrevista, o que mais chamou atenção, foi o investimento atual de Harvard em aquisições de livros anualmente: nada mais, nada menos, que 40 milhões de dólares por ano. Certamente, isso significa um pouco mais em termos de obras do que os 40 mil livros comprados na última gestão pela biblioteca universitária da UFSC[1]. (mas vamos lá, não podemos ser tão cruéis, ainda que às vezes seja nosso dever).


sábado, 22 de setembro de 2012

O rei das pequenices.

"- Que lugar a poesia ocupa em sua vida?
- Todos os lugares. Não sei fazer mais nada. Quer dizer, sei abrir porta, puxar válvula, apontar lápis, comprar pão às seis da tarde. Essas coisas".

O descobridor do inútil ou a inutilidade vista com função humanizadora. Manoel de Barros, ou Manoel Wenceslau Leite de Barros, ou Nequinho, é hoje um "vagabundo profissional", como ele mesmo gosta de se intitular. Segundo o irmão é um poeta em tempo integral, caso raro nos dias hoje onde nem a eva come a maçã, nem a maçã come a eva, por falta de tempo. Confiram.


domingo, 9 de setembro de 2012

O contador de memórias.

O espaço hoje é destinado ao menino do engenho. José Lins do Rego nasceu no interior da Paraíba em 1901. Com a perda da mãe, foi morar com o avô, situação qual vai conviver com o mundo do engenho, conhecendo de perto as contradições inseridas naquele contexto. Posteriormente, tendo ao lado pessoas como Gilberto Freyre e Graciliano Ramos, desenvolve uma visão muito particular na sua obra. Há quem diga que ao lado de Raquel de Queiroz e o próprio mestre Graça encampou uma face do modernismo brasileiro que se distancia em muito da Semana de Arte Moderna de 22 e do grupo de São Paulo. Enfim, assinou seu nome no livro dos grandes literatos do Brasil.

Na sequência um documentário sobre o José Lins. Produzido pela TV Senado, Ministério da Educação e disponível em domínio público.




domingo, 5 de agosto de 2012

Desta vez, um olhar no recente.

 Explorando a formação de um jovem a deriva no passado mas em porto, aparentemente, seguro no presente, uma entrevista realizada pela "paiol literário", Jornal Rascunho do Gazeta do Povo com o escritor Daniel Galera. Nascido em São Paulo, criado em Porto Alegre, Daniel leva a mão dos leitores obras excelentes para esquecer as tardes de um sábado chuvoso ou de um domingo, com silêncio após a louça lavada. Sua trajetória começou com o lançamento de Dentes Guardados (2001), seguiu com Até o dia em que o cão morreu (2003), Mãos de Cavalo (2006), Cordilheira (2008) e mais recentemente com Cachalote (2010).