Uma surpresa. Já havia escutado seu nome, sobrenome principalmente. Sua obra, O continente das Lagens um verdadeiro texto-monstro, uma obra fetiche para historiadores. Estou falando de Licurgo Ramos da Costa, lageano que conheceu pessoalmente Getúlio Vargas, Mussolini, Salazar, Roosevelt, Juscelino, Jorge Luiz Borges, entre outros, quase entrevistou Hitler, trabalhou nas vísceras do Governo Vargas, especificamente no Estado Novo, esteve diante de Frida Khalo, Diego Rivera, chefes de Estado, artistas, governos controversos e passageiros.
Conheceu o Rio de Janeiro na sua Belle Époque, conversou com Ruy Barbosa, Pedro Calmon, enfim. Tive essas notícias e fiquei surpreso diante da empreitada desse senhor, que tento ao máximo aqui evitar o julgamento, embora já tenha feito uma apresentação aos moldes de um bajulador, tenho difículdades de me conter diante de alguns valores, digamos, saudosos demais e bem questionáveis. Ainda assim faço força para não misturar alhos com bugalhos, moral com literatura, deixo o encargo para a paróquia.
Na sequência, reproduzo uma entrevista realizada pelo jornal A Notícia, na figura do jornalista Apolinário Ternes, que foi onde tive gosto de saber mais sobre o escritor, jornalista, meu conterrâneo, Licurgo. Inauguro assim, uma série, que esporadicamente vou nutrir, a partir de entrevistas, trechos biográficos, textos diversos, de personagens que me chamaram atenção enquanto fujo da vida acadêmica, perseguidora aliás, e mais: principalmente os caminhos que estes trilharam, os livros que leram, que é o que mais me chama atenção, particularmente - sou um invejoso das leituras e bibliotecas alheias.