sábado, 22 de setembro de 2012

O rei das pequenices.

"- Que lugar a poesia ocupa em sua vida?
- Todos os lugares. Não sei fazer mais nada. Quer dizer, sei abrir porta, puxar válvula, apontar lápis, comprar pão às seis da tarde. Essas coisas".

O descobridor do inútil ou a inutilidade vista com função humanizadora. Manoel de Barros, ou Manoel Wenceslau Leite de Barros, ou Nequinho, é hoje um "vagabundo profissional", como ele mesmo gosta de se intitular. Segundo o irmão é um poeta em tempo integral, caso raro nos dias hoje onde nem a eva come a maçã, nem a maçã come a eva, por falta de tempo. Confiram.


As pequenices tomam lugar e quando vemos está lá longe, em um horizonte que se pode ser chamado de universal. Como diz o poeta, é preciso transver o mundo. A reprodução hoje é do documentário de Pedro Cezar - "Só dez por cento é mentira", 2007. Documentário que fala um pouco desse pequeno grande homem das grandes causas das coisas pequenas. Bom encontro.







Carta a Manoel

Manoel, você é feito João de Barro. 
Escancara porta ao vento,
e sem janela
nos deixa descoberto.
Seu olhar pequeno
é sua maior grandeza
Manoel, você é o rei da miudeza.

22.09.2012

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